Carpe Diem ou aproveitem o dia

Cada sol que nasce é menos um que vemos nascer. Aproveita cada um deles.

domingo, 29 de maio de 2011

Podar não é matar

A poda das árvores daria muito que falar. Há muito a dizer sobre os mais variados tipos de poda. Há que destrinçar as árvores de fruto das árvores ornamentais pois os objetivos da poda deverão ser completamente distintos. Se numas queremos valorizar a produção, nas outras já valorizamos a estética.  O problema é quando queremos transformar árvores de fruto em árvores ornamentais e não conseguimos nem uma coisa nem outra. As árvores de fruto foram concebidas para produzir frutos e a necessidade de poda justifica-se aquando da sua formação, para arejamento minimizando pragas e doenças ou até para produzir menos frutos mas com maior tamanho e melhor sabor.

Todo o tipo de podas tem a altura mais indicada para ser realizada. Não podemos podar só porque a determinada altura é que nos lembramos que a copa das árvores nos estava a incomodar. Se não podamos na altura correta estaremos a prejudicar a árvore que já se encontra numa fase de desenvolvimento avançado e não no estado indicado para a poda.

O núcleo de Braga da Quercus tem realizado algumas formações sobre podas de árvores, quer sejam de fruto ou ornamentais. Claro que estas formações, uma vez que têm uma grande componente prática, têm sido realizadas no Outono e no Inverno. Todos os anos as repetem. Estas formações são sempre muito concorridas pelo que, se tiver mesmo interesse em participar, é preciso estar atento ao site da Quercus no início do Outono para fazer a inscrição.

Por esta altura, e uma vez que o tema das podas é mesmo importante, no dia 3 de Junho, pelas 21h30, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, em Braga,  decorrerá uma sessão de esclarecimento intitulada "Podar não é matar",  tendo por orador Paulo Moura, cuja atividade profissional é na área da jardinagem, a convite da Quercus Braga.
Como a entrada é livre, compareça e divulgue!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Está mais do que "aberta" a época das sementeiras.

Gosto da "época" das sementeiras!
O tempo está ameno e o sol afaga-me a face.
A brisa suave envolve-me em aromas adocicados e frescos.
O cheiro da terra molhada pela manhã enche-me o peito.
O céu azul é refletido nos meus olhos como um espelho brilhante.
O silêncio é interrompido pelo chilrear incessante dos pássaros e pela corrente do riacho que tropeça nas pedras que salpicaram o caminho.
A tranquilidade invade-me a alma!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Feira da Primavera no Cantinho das Aromáticas em V.N. Gaia


Mais uma Primavera e mais uma vez O Cantinho das Aromáticas, em parceria com a Raízes realizam a Feira da Primavera, durante 7 sábados, tendo o seu início a 16 de Abril e prolongando-se até 28 de Maio. Se tiverem interesse sobre esta temática podem participar todos os sábados desde as 10h00 até às 18h00. Podem participar como visitantes ou até mesmo com o seu expositor ligado à temática, uma vez que há espaço destinado à comercialização e divulgação de produtos relacionados com a agricultura biológica, produtos ecológicos e sustentáveis. Para tal basta entrar em contato com o Cantinho das Aromáticas.

Em cada sábado serão também proporcionadas conversas informais com personalidades ligadas à agricultura biológica, ecologia e desenvolvimento sustentável.

Eu tive a oportunidade de participar no sábado passado e passear pela quinta com Pedro Rocha que nos explicou como resolveu mudar de vida e dedicar-se de corpo e alma à produção biológica. Um verdadeiro exemplo para quem quer ter uma vida mais sustentável.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A ESPIRAL DE ERVAS DA QUINTA PEDAGÓGICA DE REAL - BRAGA

A observação da natureza é um dos princípios da Permacultura.

Após a oficina de permacultura realizada no dia 9 de Abril, a Quinta de Real, em Braga, já tem uma espiral de ervas aromáticas. Foi construída no âmbito da componente prática desta oficina que se revelou de grande interesse para a iniciação em permacultura.
A forma da floreira em espiral é fruto da tentativa de reprodução de uma das formas que encontramos na natureza. Algumas conchas e fetos têm esta forma. Ao imitar padrões encontrados na natureza estamos a proporcionar harmonia e integração entre o homem e a natureza. A forma em espiral consegue otimizar a produção e a distribuição de energia e do espaço. A grande variedade de plantas consegue cativar um vasto número de insetos e a sua consociação pemite reduzir algumas pragas.
Para manter a humidade e para que ervas espontaneas não apareçam à superfície, é vantajoso colocar um cartão na zona onde vamos construir a espiral. Como o cartão é de origem orgânica será facilmente decomposto e integrado no solo.
Para facilitar a drenagem colocamos brita mas também poderiamos ter colocado argila expandida, pequenas pedras ou restos de telhas partidas. A ideia é sempre reutilizar alguns materiais que tenhámos disponíveis.
De seguida, desenhou-se uma espiral fictícia no cartão  como os tijolos e começou-se a sobrepô-los mantendo a forma. Na cota mais baixa começou-se apenas com um tijolo e foi-se sobrepondo tijolos até à cota mais alta. No final, no interior da espiral ficamos com várias camadas de tijolos perfazendo aproximadamente 1,00 m e na parte exterior apenas uma camada (altura de 1 tijolo). O diâmetro inicial da espiral deverá ser aproximadamente de 1,60 m.


Na cota mais baixa e mais sombria construimos um lago aproveitando um recipiente reciclado, colocado ao nível da terra.
Depois da estrutura estar construída, deve-se colocar composto ou adubo sempre de origem orgânica e preencher o restante com substrato vegetal.
Para escolher as ervas a plantar deve-se ter em consideração as características das mesmas assim como as características em cada zona da espiral.
Na espiral haverá uma zona mais exposta ao sol, uma zona mais sombria, uma zona mais húmida e outra mais seca.
Na zona mais húmida e sombria optamos por plantar hortelãs e manjericão. Na zona mais exposta ao sol, plantamos a alfazema, a santolina e o tomilho.
No final se ficarem alguns espaços por preencher é de toda a importância colocar alguma palha para que o solo não fique descoberto, permitindo também manter os níveis de humidade e protegê-lo das radiações ultravioletas.
Para finalizar, deverá regar-se toda a espiral, cuidado este que deverá ser mantido durante toda a existência da espiral.
 

Algumas das plantas escolhidas para plantar na nossa espiral de ervas:
Hortelã pimenta (Mentha x piperita)
Oregãos (Origanum vulgare)
Manjericão (Ocimum basilicum L.)
Milefólio (Achillea milfolium)
Santolina (Santolina chamaecyparissus)
Salva (Salvia officinalis)
Tomilho vulgar (Thymus vulgaris) 

sábado, 2 de abril de 2011

Pão de ló com ovos da capoeira ou de galinhas felizes




Há sem dúvida um sem número de receitas de pão de ló.
Todas elas muito boas. Os ingredientes principais são os ovos, o açúcar e a farinha. Há o pão de ló de Alfeizerão, de Arouca , de Ovar, de Margaride, o de Vizela,  ou simplesmente o pão de ló. Andava há algum tempo com vontade de experimentar esta iguaria tão apreciada e tão tradicional. Agora que a época pascal se aproxima é uma boa altura para pôr mãos à obra. Até porque a Primavera chegou, o bom tempo parece começar a evidenciar-se, as galinhas  andam mais felizes refletindo-se em ovos com maior abundância.

As galinhas donas destes ovos são criadas em capoeira e algumas delas até se encontram em regime extensivo ou livres pelo campo fora. É destas galinhas que eu gosto. Não gosto das que vivem encurraladas em gaiolas.  Não gosto das que têm de ser mutiladas cortando-lhes o bico para que não pratiquem canibalismo nem arranquem penas umas às outras. Não gosto das que não podem correr e por isso as suas gaiolas precisam de ter dispositivos próprios para o desgaste necessário das garras. Gosto de galinhas que possam andar, correr e abrir as suas asas. E gosto muito mais dos ovos destas galinhas. Ovos que são amarelos como o sol porque são mesmo assim. Não são cor de laranja artificial nem amarelo corante. São assim porque são assim. Ou se calhar não. São assim porque as galinhas são felizes. São assim porque as galinhas comem couve, comem milho e outros cereais. São assim porque as galinhas podem ver a luz do dia, porque o seu dia é regulado pelo nascer e pelo pôr do sol e não por iluminação artificial que tem de ser regulamentada com legislação específica. É deste pão de ló que eu gosto. Feito com ovos felizes cor do sol.

18 gemas
6 claras
250g açúcar
125g farinha
1 colher chá fermento

Bater as gemas com o açúcar até obter um creme esbranquiçado e o volume do preparado tenha duplicado. Adicionar a farinha e o fermento e continuar a bater durante 10 minutos. Bater as claras em castelo e envolvê-las no preparado anterior sem bater.
Forrar uma forma com papel vegetal, barrar o papel com margarina, colocar o preparado e levar a forno pré-aquecido a 180 graus durante 25 minutos.

terça-feira, 29 de março de 2011

Dicas ecológicas

O Minuto Verde, da Quercus, é uma das rubricas do Bom Dia Portugal da RTP. É graças a esta rubrica que todos os dias temos acesso a algumas dicas que facilmente podemos pôr em prática e melhorar o ambiente.
Há uns tempos a dica era sobre o desentupimento de canos com bicarbonato de sódio. Fiquei então a saber que este produto não era só utilizado em culinária.

Para desentupir canos sem recorrer a produtos químicos bastam 4 colheres de sopa de bicarbonato de sódio, 50 ml de vinagre e água a ferver. Num recipiente colocar o bicarbonato e juntar o vinagre, misturando com cuidado. Estes dois começam a reagir produzindo dióxido de carbono. Assim que a reação estiver a terminar juntar água a ferver com cuidado para não haver lugar a queimaduras. Depois é só colocar o preparado pelo ralo da banca. Bastante simples e sem recorrer a produtos químicos!

Encontrei também um site muito interessante sobre dicas ecológicas:
http://www.umavidaverde.com/

sexta-feira, 25 de março de 2011

Desafio "Conte-me a sua Receita"

O bolo de figos da minha avó

Desde muito cedo que avós e netos desenvolvem uma grande empatia. Eu e a minha avó não fomos exceção. Sempre passamos bons tempos juntas. Talvez pela grande, mesmo grande, diferença de idades, ou simplesmente pela cumplicidade que sempre houve entre nós.
Sempre gostei de brincar com ela, entendíamo-nos. As atividades eram muitas. Lembro-me, e ela também, de brincarmos com a rapa, ao jogo do galo, de irmos ao capoeiro ver se as galinhas tinham posto ovos (apesar de vivermos na cidade), espreitar nos canteiros se havia alguma flor nova e de fazer experiências na cozinha.
Na casa da minha avó, ao fim da tarde sentia-se sempre o cheiro da cevada acabada de fazer para o lanche. Ao domingo havia quase sempre bolo, nos outros dias havia quando sobrava ou então quando nos dedicávamos à arte. Não eram tempos de abundância como os de hoje.
Sinceramente, não éramos exímias pasteleiras. Acho que falhava sempre alguma coisa! Ou era a forma que era de folheta e o bolo pegava, ou a farinha de estar tanto tempo guardada no armário cheirava a mofo, ou o bolo ficava seco de mais que às vezes chegava mesmo a queimar. Havia sempre uma desculpa. A minha avó não guardava receitas e eu era muito pequena para saber alguma coisa da minha autoria ou para colecionar recortes, livros, revistas, papéis passados à mão, a computador e fotocópias que agora me enchem os armários. Era tudo de cor. Nem sempre corria bem. Mas era sempre bom. Talvez porque na minha casa não houvesse o hábito de confecionar doces ou simplesmente porque eram momentos bem passados.
Ao fazer uma retrospetiva dos bolos que fazíamos, lembrei-me de um de que gostávamos bastante, o bolo de figos. Este bolo era sempre feito algum tempo depois do natal pois servia para aproveitar uma das várias “miudezas” que se compravam para a época natalícia – os figos secos “pingo de mel”.
Ao tirar o bolo do forno, com a ansiedade que só uma criança pode ter para provar uma fatia, havia sempre a expectativa de como estaria. Sobre a mesa, já estava a cafeteira com a cevada a fumegar.
Tive que recordar a receita. Como esta semana não vou estar com a minha avó não pude verificar se ela se lembrava das quantidades. Mas pondo mãos à obra e com alguma sensibilidade para a questão saiu um bolo de figos bem à maneira que comíamos antigamente.

200 g figos pingo de mel secos
225 g margarina
6 ovos
300g açúcar
500g farinha
1 cálice aguardente
1 chávena almoçadeira de leite
2 colheres (chá) de canela
Raspa de ½ limão
1 colher  (sopa) de fermento em pó

Piquei os figos grosseiramente e juntei a margarina amolecida previamente. Envolvi e juntei o açúcar, a canela, o leite, a raspa do limão e a aguardente. Bati bem com uma colher de pau. A este preparado, adicionei os ovos, um a um, batendo bem entre cada adição. Por último juntei a farinha e o fermento peneirados e voltei a bater bastante.
Untei com um pouco de margarina uma forma de buraco e depois polvilhei com farinha para o bolo não se agarrar ao desenformar. Deitei o preparado na forma e levei-a ao forno pré aquecido a 180ºC durante aproximadamente 1hora.
Deixei arrefecer um pouco e desenformei.

Com esta receita resolvi participar no desafio promovido pela RTP e pelo blogue Cinco Quartos de Laranja, intitulado Conte-me a sua Receita e cujo tema se centraliza em receitas dos anos 60 e 70.